Em Escariz S. Martinho deu-se, mais uma vez, pelo 11º ano consecutivo, as graças pelos frutos da terra de forma alegre e abnegada, com a Festa das Colheitas, que decorreu no último fim de semana de setembro (29 e 30).
O ponto alto do certame foi a exposição, na Igreja da freguesia, das dezenas de obras construídas com sementes. "Ao todo trabalharam 12 pessoas nestes quadros, desde maio deste ano", referiu Daniel Vaz, membro da comissão da Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho. Sementes de sésamo, linhaça, grãos de arroz, lentilhas, graínhas de uva, sementes de couve e cánhamo foram as sementes identificadas em uma só obra.
"Estes quadros são inspirados em momentos dos mistérios do Rosário. Em 2011 foram os 'Mistérios Luminosos'. Este ano são os 'Mistérios da Alegria'", explicou o responsável da organização, "É uma maneira bonita das gentes da freguesia demonstrarem gratidão pelas colheitas". Aos cinco quadros juntam-se aos exuberantes arranjos de altar, feitos de véspera como frutos e legumes pelas cinco mulheres que habitualmente se ocupam de emparelhar cada um dos altares.
Na Igreja encontrava-se ainda uma outra exposição de miniaturas feitas em madeira, de utensílios e alfaias agrícolas, construídos por Domingos Durães, também autor das fantásticas custódias feitas de sementes "que todos os anos se vendem", acrescentou Daniel Vaz.
Para além das exposições na Igreja, a Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho tem outros atrativos, como a referência aos máscaras, uma tradição pagã das práticas agrícolas feitas por mulheres, que eram 'atiçadas' pelo surgimento dos moços da aldeia a meio das sessões, mascarados para ninguém os reconhecer e que semeavam a confusão entre elas. Nesta Festa das Colheitas, os máscaras são um símbolos e em torno da igreja pairam manequins de aspeto assustador e foi instituído um concurso para premear a máscara mais original.
Outro concurso que premeia um produto típico desta freguesia é o do Vinho de Maçã, comercializado durante a Festa. A desfolhada do milho aconteceu em pleno átrio da Igreja, no recinto da Festa, e foi um ato partilhado por vários elementos da comunidade. O trabalho transformou-se em animação com concertinas e cantares ao desafio, ao lado da zona das tasquinhas, onde o cheiro a churrasco e pataniscas pairava no ar.
Já o domingo foi dedicado à venda de produtos hortícolas e animais e ainda ao folclore, que se juntaram às outras atividades da véspera.
FP
Comentários
Enviar um comentário