Rota 2012: Reviver uma Malhada Tradicional de Centeio, em Aboim

Vai acontecer esta sexta-feira, 10 de agosto, a partir das 15:00, uma malhada tradicional do centeio, como acontecia na década de 50 e 60. A jornada de lavoura realiza-se no Lugar de Zebreiro, na Eira da Pena, em Aboim da Nóbrega e promete encher a alma de turistas e saudosistas desta prática, a segunda da programação turístico-cultural do Município de Vila Verde, Na Rota das Colheitas.




"Vai ser uma prática muito bonita e grandiosa, como se fazia há muito tempo atrás, na década de 50 e 60 do século passado", apresenta João Rodrigues Fernandes, o autarca da Junta de Aboim da Nóbrega, a freguesia que, mais uma vez, acolhe esta malhada do centeio.

Este ano o cenário também será diferente. Da mítica Casa da Pequenina, no alto da freguesia, passa-se para a Eira da Pena, "perto do centro cívico de Aboim", explica João Fernandes. "Teremos indicações até ao local para quem queira assistir e mesmo participar", diz. "Qualquer pessoa que venha pode fazer o mesmo trabalho que nós", desafia o presidente da Junta, que usualmente também participa nesta atividade, recordando os tempos de lavoura.

A malhada do centeio é uma das práticas agrícolas mais populares do concelho de Vila Verde, praticado nos meios mais rurais. Esta será recriada nos moldes tradicionais. Uma parelha de vacas vai trazer no carro o centeio em molhos, que serão desfeitos e espalhados pela eira, pelas mãos das mulheres. Aquecida a erva, dois grupos de homens alinham-se frente a frente, pegam no malho e começam a dar estocadas na erva, por toda a eira, num ritual sincronizado que chega a parecer uma competição. O auge da prática atinge-se com o aumento da instensidade a cada estocada, acicatada pelas vozes dos que assistem, o que torna a prática muito aliciante para quem assiste, como um desporto.

Pelo meio há intervalos, para virar a erva, retemperar forças, comendo pataniscas de bacalhau, broa e bom vinho verde da região, pestiscos que estarão disponíveis para quem quiser participar. A prática é ainda animada por cantares alegres e antigos que surgem espontaneamente, ao som de concertinas, fazendo deste trabalho árduo uma festa.

"Para esta atividade não chamei ninguém, mas tenho a certeza que vai juntar-se muita gente da freguesia e espero que venha mais gente de outras paragens. Serão todos muito bem vindos!", acrescentou João Fernandes, que espera esta sexta-feira uma enchente na sua freguesia para revitalizar uma prática ancestral.


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